terça-feira, novembro 13, 2007

Heróis





Em 1994 inscrevi esta BD nos Prémios Rafael Bordalo Pinheiro (Prémios Municipais da C.M.L.) com o pseudónimo de Baldas. Os originais ficaram na Câmara, por isso ter só fotocópias. Na altura estava desempregado. Pendurei-me para estar num atelier durante o dia para ir fazendo coisas para mim, sem estar em casa e a bater com a cabeça nas paredes, e como paga, se precisasem de ajuda lá estava eu para ajudar no que fosse. Estar desempregado e ter ganho o primeiro prémio foi como um recarregar de forças para passar por cima das adversidades. A espectacularidade das coisas às vezes passa mais pelas circunstâncias do que pela execução em si. Para mim esta BD tem muito mais significado pela época do que pela peça em si.

Sem Título.





Xi! esta estava mesmo lá no fundo. De 1992. Foi a minha primeira participação num concurso de BD. Neste caso "Os prémios Municipais" atribuidos pela Câmara Municipal de Lisboa. No meu caso foi o prémio "Rafael Bordalo Pinheiro" que é o das categorias BD, Cartoon e Caricatura. Mais do que ter ganho o primeiro prémio, o melhor mesmo foi ter visto uns putos de roda das pranchas a curtir o desenhos e isso foi uma sensação do caraças. Estas foram desenhadas em papel A3 de Layout ou para marcadores (como quiserem chamar) a Rapidograph de tinta da china. Depois foram fotocopiadas e pintadas directamente no papel da copiadora a cores com marcadores Copic. Foram uns bons momentos passados, apesar de ter saido fraco.

O Chato.






Um Jornal de fraca tiragem mas de enorme curtição. O Chato era o edição interna da agência de publicidade Lintas (actual Lowe). A idéia partiu do Miguel Antunes, que agora não me recordo se ainda eramos paquetes ou se já tinhamos iniciado outra actividade dentro da agência. Enfim até ao número 13 chegámos de certeza. As duas últimas edições aqui postas já são com grafismo do Helder Rito Pinheiro que na altura estava a dar os primeiros paços no mundo dos computadores. Foi dos primeiros que conheço a usar Mac. A capa do nº 12 foi feita pelo grande Carlos Marques, e o nº 13 é, se não me engano, do José Luis Dantas que é jóia. Ah Lintas. A Lintas foi o meu primeiro emprego. Comecei como paquete (estafeta) ao 15 anos. Isto em 1987. Este número já parece tão lá ao longe que às vezes assusta. Ao fim de um ano e meio o Tom Bundt, director criativo na altura, propôs-me um estágio como maquetista nos criativos. Mas a minha primeira categoria profissional foi a de "Tirocinante de Desenho de Primeiro Ano". Those were the days man, those where the days!